quarta-feira, 7 de maio de 2008

Faiah co-labora no Abril pro Reggae que marca um novo modelo de "balada"

por Maurício Hermann

O verdadeiro reggae raiz
Uma festa pra enaltecer a chama rastafari


No dia 16 de abril, ocorreu o Abril pro Reggae, festa organizada pela banda Família Bhanganjah, no bairro da Móoca, zona leste de São Paulo, que buscou trazer manifestações da cultura rastafari através de canções a fim de imantar e transmitir mensagens de consciência, paz, amor e justiça ao público presente.


A venda de artesanato e alimentos naturais a diferenciava de outras do gênero, no entanto, a proibição do comércio e o uso de álcool e de cigarros dentro do recinto, deu um tom ainda mais exótico para festa. Os jovens que estavam no local viram tal atitude por distintas ópticas, entre as quais, que tal ação traria um maior conforto a eles.

“Nenhuma combina, mas festa em local fechado piorou. Interessei-me pela festa quando vi no flyer que não haveria a comercialização de cachaça e o uso proibido de cigarros, percebi que de certa forma isso me traria conforto”, comenta Marcela Meyer, 25 anos, bióloga.

O Conquistador da Tribo de Judá

A Cultura Rastafari ou simplesmente Cultura Rasta era pauta entre os vários assuntos discutido pelas pessoas e fomentado nas letras cantadas pelas bandas. Esse movimento religioso africano - nascido na Jamaica - surgiu em meados dos anos 30, e proclama Haile Selassiê, antigo imperador da Etiópia como um Messias enviado por Jah (Deus) à Terra. A proliferação dessa doutrina está ligada à música reggae e ao seu criador, Bob Marley.

O que é seguir o rastafarianismo? Tal questão teve vários embasamentos entre os participantes da festa. “Ter ou não ter dreadlocks não significa que a pessoa siga a religião”, afirma o contador Renato Brito, 26 anos.

Segundo historiadores, a aparência física com dreads é tão antiga que não se pode datar e os rastas utilizam o estilo como forma de protesto e também por seguirem o ensinamento bíblico escrito em Levítico 19: 27.

Estar em conexão com a natureza, fazer o uso da ganja (cannabis sativa) para expansão mental, não usar drogas, o vegetarianismo e a busca de sua própria verdade são ícones para ser militante do movimento jamaicano, esse foi o consenso comum entre os entrevistadas.

Preconceito – Visual

A descriminação aos adeptos dos dreadlocks, possivelmente se deve ao padrão estético comercial do mundo contemporâneo que eles não compactuam, e por fugirem dessa massificação tendem a ter dificuldades para obter emprego, sofrem com pré-conceito policial e são estereotipados como viciados em cannabis.


Rastari há seis anos, Marcos Antônio Arantes, 20 , estudante explica de forma heterogênea a conotação sobre a visão das pessoas sobre eles.

“Conheci a filosofia rasta pelas músicas do Bob Marley. Ter dread é um sinal de resistência ao sistema capitalista, a globalização. Uma vez fui a uma loja de eletroeletrônicos comprar um MP3 e o vendedor perguntou se eu iria mesmo comprar. Quando assumi esse visual sabia as dificuldades que iria passar e é isso que me dá força. Nessa guerra nossa arma rastafari é a não violência.”

Abril, se abriu não só para o reggae, mas para todos que acreditam e trabalham para um mundo de paz. As diferenças deram lugar a união, o amor sobrepôs a guerra e a consciência da Santa Luz se expandiu por todo orbe. O espírito de Jah estava presente ali.

O evento foi co-produzido pela Faiah, que também levou o ponto de distribuição à festa e fez o cadastramento de boa parte do público para futuros projetos. Também estiveram presentes o pessoal do Vrinda na parte da alimentação e Ramon e Leleka nos artesanatos.

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